Hoje é perfeitamente possível aplicar praticamente todas as ferramentas de marketing digital para o setor jurídico.
Além disso, é mais que necessário fazer uma adaptação do marketing para aplicar no setor jurídico, conciliando as possibilidades permitidas pelo Código de Ética da OAB e utilizando os diversos métodos de marketing para promover e tornar conhecido o trabalho de um escritório de advocacia ou de um Advogado autônomo.
Diante da concorrência acirrada encontrada no mercado jurídico, um escritório tem necessidade de utilizar as ferramentas de marketing para sua promoção, utilizando-as de forma útil e ética, como acontece em qualquer outra atividade.
Para usar o marketing no meio jurídico, no entanto, é preciso o conhecimento e a experiência de profissionais experimentados, ou seja, não basta apenas que o próprio Advogado conheça as ferramentas de marketing. É necessário que sejam aplicadas em conjunto, com a experiência do Advogado e de um profissional, para que o marketing seja aplicado dentro do que estabelece o Código de Ética.
Em conjunto, ambos podem explorar melhor as possibilidades do marketing digital para o setor jurídico, buscando e descobrindo limites e possibilidades, trazendo benefício ao escritório e mantendo sua sobrevivência no mercado jurídico.
É preciso atenção para o fato de que o marketing é muito mais do que apenas a utilização das ferramentas destinadas à sua aplicação: o marketing é a melhor maneira de atender as necessidades de ambos os lados, atendendo tanto o escritório de advocacia quanto os clientes, mostrando produtos e serviços que possam atrair a atenção das pessoas de forma clara e honesta.
Assim, as ferramentas de marketing digital para o setor jurídico podem funcionar na forma de correspondência, de produção de conteúdo, de e-mail marketing, sempre de forma harmônica com os interesses dos possíveis clientes, gerando maior conhecimento e prestando serviços de forma indireta, utilizando o bom senso e a criatividade.
O Código de Ética não proíbe o marketing jurídico
O Código de Ética da OAB não proíbe o marketing jurídico e nunca o fará, embora ainda hoje exista certo preconceito com relação a ele entre os próprios Advogados.
Um fato muito comum para esse preconceito é a associação do conceito de marketing com formas de atrair e conquistar clientes de maneira antiética. Por maneira antiética devemos entender que poderia estar violando o Código de Ética e Disciplina da OAB e, com a implantação do novo Código de Ética de 2015, possivelmente esse preconceito esteja aumentando.
A palavra “marketing” não é citada nem uma vez no Código de Ética da OAB. Existe um capítulo todo dedicado à regulação da atividade de publicidade profissional para escritórios de advocacia e Advogados, mostrando como deve ser feita a divulgação de serviços de advocacia.
Além do Código de Ética, também existe o Provimento 94/2000 da OAB Federal, que regula o Código, trazendo um conteúdo todo voltado para a publicidade e a propaganda no meio jurídico, mas nenhuma dos documentos regula especificamente a atividade de marketing. E, neste caso, precisamos destacar que a publicidade e a propaganda são atividades distintas do marketing.
É evidente que qualquer estratégia de marketing de um escritório de advocacia irá passar pela promoção dos serviços jurídicos e da marca do escritório e essa promoção pode conter publicidade, como um logotipo no site, um anúncio em redes sociais ou assemelhados.
O que não é possível é simplificar o marketing, trazendo-o à mera condição de divulgação, reforçando o preconceito contra qualquer atuação estratégia de escritórios de advocacia. É possível desenvolver uma atuação de marketing diferenciada, sem ofender ou ir contra o Código de Ética.
Na atualidade, o marketing jurídico é uma variação do marketing adaptada e voltada para os serviços jurídicos, tendo como principal objetivo o estabelecimento de uma relação entre o Advogado e seus potenciais clientes. O marketing jurídico encontrou a fórmula na geração de confiança, numa relação interpessoal entre o cliente e o Advogado, permitindo, de fundo, a promoção de suas atividades profissionais.
Com isso, o marketing jurídico exige do Advogado um comportamento estratégico, que deve ser orientado no sentido de conquistar clientes estabelecendo o seu posicionamento profissional.
Desenvolvendo um marketing jurídico voltado para a produção de conteúdo jurídico, criando newsletter para seguidores cadastrados, gerando um blog para divulgação de conteúdos voltados para assuntos da atualidade, o Advogado poderá fazer um marketing jurídico dentro dos limites impostos pelo Código de Ética, ao mesmo tempo em que ganha conceito entre os clientes, fideliza-os, conquista uma audiência e, ao mesmo tempo, consegue encontrar uma linha de atuação, diante das respostas advindas em comentários ou solicitações dos próprios seguidores.