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Como um advogado pode fazer marketing sem ferir o Código de Ética?

Como um advogado pode fazer marketing sem ferir o Codigo de Etica

 

O mercado de advocacia está cada vez mais concorrido e, em razão dessa concorrência, surge, aos poucos, uma nova cultura sobre a necessidade de se trabalhar com marketing para advogados e escritórios, havendo até mesmo um novo termo em voga no meio: o marketing jurídico, que busca meios de conciliar a implantação de um marketing dentro das limitações impostas pelo Código de Ética da OAB.

O assunto deve ser bem analisado, uma vez que, para os advogados, é importante colocar sua imagem na mídia, mostrar sua capacidade e eficiência, conseguir novos clientes e defendê-los naquilo que precisam, mas isso deve ser feito dentro das regras, seguindo o que é determinado pela OAB.

Para o Advogado, participar da mídia é uma situação muito diferente daquela participação de outros profissionais liberais, como médicos, engenheiros, artistas ou mesmo de empresas. Afinal, o Advogado tem como respaldo uma legislação e depende de sua atuação para mostrar sua capacidade, ficando muito limitado com relação à divulgação de seus serviços.

Contudo, dentro de todas as limitações impostas, é bastante possível usar praticamente todas as ferramentas do marketing, principalmente nos meios eletrônicos, dentro dos padrões exigidos pelo Código de Ética, fazendo adaptações, criando meios de chegar ao cliente, de forma indireta, ao mesmo tempo em que se faz um marketing jurídico de qualidade.

Fazer marketing de forma útil e ética

Todas as ferramentas de marketing funcionam de forma integrada e elas podem ser utilizadas de forma útil, beneficiando o Advogado e trazendo maior número de clientes, e isso pode ser feito, como já dissemos, atendendo os padrões do Código de Ética.

Ao Advogado e ao escritório de advocacia basta aprender como utilizar o marketing dentro da ética necessária, e devemos entender que a própria publicidade possui uma ética. O aprendizado de marketing é mais uma das matérias que o Advogado deve aprender nos temos atuais, adequando as ferramentas ao seu meio, à sua atividade e aos seus interesses.

No meio jurídico, não vale pensar numa guerra entre Advogados que pretendam se promover e conquistar mais clientes. Cada um deve buscar os próprios meios e ferramentas para tornar-se conhecido, para ser bem visto pelo público de uma maneira geral e para ter a preferência de um cliente quando for necessária sua presença.

O marketing não deve ser visto apenas como forma de divulgação de nome, escritório, endereço e meios de comunicação. O marketing é muito mais do que a simples divulgação: é também uma forma de atender as necessidades de manutenção no mercado, é uma maneira de manter relacionamento com os clientes e potenciais clientes, mostrando competências, apresentando soluções, informando e servindo a sociedade como um todo.

Existem meios de fazer isso – e falaremos adiante sobre o assunto – como existem meios de se manter correspondência direta com os clientes, atendendo seus interesses e trazendo confiança, comodidade, informação, prestação de serviços, usando o marketing com bom senso e criatividade.

Como trabalhar o marketing em acordo com o Código de Ética?

Para o Advogado, portanto, a melhor maneira de trabalhar o seu marketing em acordo com as restrições do Código de Ética, é conhecendo o marketing, sabendo como ele pode ser usado e aplicado, aprendendo sobre o seu conceito e construindo meios de lidar com as ferramentas dentro do que é permitido.

Sob esse ponto de vista nunca pode um Advogado divulgar o seu trabalho como se divulga qualquer produto, oferecendo preços mais vantajosos ou condições de pagamento mais suaves. Isso é aviltar a função e ferir o Código de Ética. Mas, quando um Advogado trabalha com o marketing de conteúdo, está fazendo o seu marketing da melhor maneira possível: servindo a sociedade com informações substanciosas e relevantes e prestando serviços, ao mesmo tempo em que está presente na mídia.

A mercantilização da profissão denigre a carreira de qualquer advogado. Ouvimos muito a expressão “advogado de porta de cadeia” ou outras mais chulas a respeito de advogados que não se preocupam com a própria imagem. Para se tornar um Advogado de respeito, o profissional deve ser um exemplo para a sociedade.

Trabalhar com o marketing de conteúdo é, portanto, a melhor forma de um Advogado fazer o seu marketing, sem denotar, no que escreve, qualquer conteúdo publicitário, mas sim apenas de informação, transformando e melhorando o conhecimento do seu público. Assim, não irá ferir nunca o Código de Ética.

Marketing é publicidade e publicidade, como o próprio termo já explicita, é tornar público. Para o Advogado, a publicidade é tornar público o seu pensamento, a sua análise, a sua interpretação.

Esse direito ele tem e pode fazer isso dentro das limitações do Código de Ética e Disciplina. O código não faz qualquer restrição a informações sobre o endereço do escritório, sua área de atuação específica, sobre os integrantes do escritório ou qualquer informação institucional, embora restrinja publicidade em rádio, TV ou jornais, quando não há conteúdo informativo.

Nessa questão, temos de concordar com o Código de Ética: propaganda em massa, colocando a Advocacia como um produto qualquer, certamente irá mercantilizar a profissão. Oferecer determinados e específicos serviços é fazer propaganda e não marketing. O Advogado, pela sua própria razão de ser na sociedade, não é um produto para ser vendido. É um profissional para ser respeitado.

Como fazer marketing para o meio jurídico?

Com todo esse conjunto de informações, baseando-nos no que é permitido pelo Código de Ética da OAB, existem formas fáceis e práticas de um advogado fazer o seu marketing, como criar uma newsletter periódica para seus clientes, escrever em jornais, criar um perfil em redes sociais onde pode postar conteúdo informativo sobre assuntos de interesse geral, criar um blog onde pode comentar sobre notícias relevantes, etc.

O Código de Ética determina que são permitidas fotos corporativas, logotipos e ilustrações que, no entanto, não podem ser incompatíveis com a sobriedade da advocacia. Como sobriedade é um termo bastante subjetivo, cada caso deve ser analisado como único e cada Advogado deve saber onde está o limite entre o abuso e a sobriedade.

Para um Advogado que desrespeita o Código de Ética, a punição pode ir desde uma advertência até a exclusão do advogado dos quadros da OAB. Assim, é importante que ele, como profissional, saiba os limites do seu marketing ou, se não souber, deve consultar pessoas especializadas que direcionem o seu marketing da forma mais correta.